As chuvas características do verão brasileiro trazem sérios problemas de saúde pública com a proliferação do mosquito Aedes aegypti transmissor da Dengue, Chikungunya, Zika e febre amarela urbana. A boa notícia para o ano novo é que há um acordo para produção de vacina para combate da dengue, que registra a maior parte dos casos de doenças causadas pelo Aedes.
O Instituto Butantan assinou contrato de transferência tecnológica para desenvolvimento e comercialização no exterior de vacina de combate à dengue. O acordo, feito em dezembro com a empresa norte-americana do setor farmacêutico Merck Sharp and Dhome (MSD), tem pagamento inicial de US$ 25 milhões e é considerado o maior do gênero firmado pela indústria farmacêutica brasileira.
Um apoio não reembolsável no valor de R$ 120 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) permitiu ao Instituto Butantan desenvolver a vacina contra a dengue que está na Fase 3 de pesquisa clínica, isto é, sendo testada em humanos. Essa é a última etapa antes da solicitação de registro. Com o financiamento do banco, o instituto desenvolveu também um processo inovador de liofilização, com patente concedida em diversos países do mundo.
A liofilização transforma a vacina em pó, para ser reconstituída no momento da aplicação. Esse processo reduz o custo de armazenagem, ao mesmo tempo em que facilita seu transporte, beneficiando mais pessoas, especialmente as que moram em regiões mais longínquas.
A vacina deverá ser indicada para pessoas de 2 a 59 anos de idade, com eficácia também em pessoas que não tiveram a doença anteriormente. Tão logo essa fase seja concluída, o instituto pedirá registro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que ela possa ser disponibilizada à população.
Conforme informações do Instituto Butantan, a Fase 3 do estudo clínico foi iniciada em 2016 e ocorre em 14 centros de pesquisa clínica, distribuídos nas cinco regiões do país. Cerca de 17 mil voluntários participam dos testes.
O Brasil é considerado um dos países mais afetados pela Dengue, com milhões de casos nos últimos 10 anos. Os casos aumentam, sempre, na estação do verão e, para combater o mosquito efetivamente, é preciso a união de todos: governo, população e profissionais da área da saúde.
Como a população pode ajudar no combate ao mosquito:
No ambiente externo:
- Procure descartar todos os objetos que possam acumular água, inclusive os menores como folhas secas e tampinhas de garrafas.
- Verifique se as caixas d’água estão limpas e bem fechadas.
- Remova galhos e folhas de calhas.
- Encha pratinhos de vasos com areia até a borda.
- Tampe todos os ralos externos.
- Descarte todo o lixo antes de viajar.
- Mantenha piscinas devidamente tratadas e tampadas.
No ambiente interno:
- Verifique todos os pontos de água para ter certeza que não existe nada entupido e que possa acumular água durante a viagem.
- Tampe todos os ralos e vasos sanitários da casa.
- Não deixe nenhum recipiente com água antes de sair de viagem, como copos, garrafas, bebedouros de animais sem uso, entre outros.
Fotos: Vacina (Rovena Rosa/Agência Brasil) e mosquito (Pixabay).